quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Fractal de emoções

Lucy recorria à escrita todas as vezes em que as palavras faladas ficavam travadas em sua garganta. Desta vez não sabia dizer direito o que sentia, talvez fosse uma mistura de raiva, decepção e ciúme. Talvez fosse apenas pirraça por ter sido preterida. Racionalmente ela reconhecia que não podia ficar com raiva, as pessoas civilizadas agem da maneira como ele havia agido, mas para ela, este tipo de comportamento não era apropriada ao momento que viviam juntos. Tinha certeza de que não aconteceria nada demais. Tinha certeza de que ele precisava deste momento. Mas tinha medo de que ele se acostumasse a viver esses instantes. Tinha medo de que ele não a quisesse em seu mundo particular, quando ela o incluía em todas as esferas de sua vida. Reconhecia que flutuavam por espaços diferentes, conviviam nestes espaços com pessoas diferentes. Aquilo tudo era muito novo até mesmo para ele, como incluí-la sem parecer dependente e mal interpretado pelos demais? Precisava compreender tudo aquilo, mas Lucy, mesmo sabendo disso tudo sentia-se angustiada. Achava estranho que as pessoas de repente começassem a andar sozinhas.. como o bebê que de uma hora pra outra anda sem precisar de mãos dadas..