sábado, 12 de novembro de 2011

Tempos do ontem

Chega uma determinada época em nossas vidas, que olhamos para trás com nostalgia.
O desejo abandonado, os sonhos não realizados e as palavras que não chegaram  a ser ditas promovem lágrimas em olhos um pouco mais cansados e descrentes do que em outros tempos..
Tempos de alegrias desencontradas, mas também de choros descontrolados.
Tempos de exigências e do tanto faz..
Tempos de descobertas.
Tempos carregados de uma certa inocência, quando ainda se crê no outro e em si mesmo..
Tempos melhores..
Com mais cor..
Tempos dos quais você consegue se lembrar com sorrisos, amparados por aromas e gostos conhecidos, pois as fotografias, estas tu já não as possui mais..
Tempos que precisam ser encarcerados no porão das recordações, para que teus dias possam seguir  a diante.
Tempos que trazem saudade..


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Interrogações

 

Alguma vez você já se sentiu estranhamente sozinho?
Como se até mesmo suas principais convicçõoes tivessem te abandonado?
Como se, de repente, as circunstâncias tivessem feito com que você se tornasse uma outra pessoa, irreconhecível?
Alguma vez você teve que se perguntar se suas escolhas estavam corretas?
Algumas vez a tua solidão te fez se afastar das pessoas a quem você mais ama?
Quando foi a última vez em que, com lágrimas nos olhos, precisou recorrer à escrita para extravasar um pouco da dor que vai no seu peito, pois não havia ninguém a quem chamar?
Quando foi a última vez em que você olhou ao seu redor e reconheceu que nunca esteve mais sozinho, mesmo tendo tanta gente ao seu redor?
Alguma vez você já recorreu a oração como único tipo de conversa que você deseja ter?

Alguma vez você já quis se refugiar no passado distante, quando ainda podia entender alguma coisa do que se passava ao seu redor? Quando foi a última vez em que se sentiu seguro?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Raízes

O inesperado sempre a assustou.
Gostava das coisas conhecidas, já percebidas, seguras nas palmas de suas mãos.
Aquilo que era desconhecido sempre a assustou.
Lucy se esforçava para manter sua vida em ordem, era adepta de rotinas, não gostava sequer de mudar os móveis de lugar. Precisava sentir-se segura a todo momento.
Muitas vezes afastava-se de pessoas e evitava alguns tipos de programas para manter-se fiel a suas raízes, fincadas dentro de casa, retorcidas ao redor de si mesma.
Raízes profundas, que alguns poucos tinham tentando cortar, mas logo desistiram ao se deparar com a profundidade das mesmas.
Lucy fugia do inesperado. Fugia do obscuro. Detestava o que estava por vir...
Queria apegar-se a tudo aquilo que ainda lhe dava conforto.
A eterna  necessidade de segurança. Uma segurança que só seu cotidiano repetido e desbotado podia lhe dar...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Manchas de chuva na parede e no coração

Andava meio distraída, com o olhar perdidos pelas paredes quase brancas de seu quarto. Talvez desejasse ler alguma resposta pra seus problemas ali naquelas manchas feitas pela última chuva de verão. Não encontrava nada. E era no nada que ia construindo seus dias, no nada era que se perdia, em amontoados de relógios, papéis e compromissos. Tudo isso era nada. O nada que se agigantava diante de tudo aquilo que realmente importava. Lucy não sabia o que vinha fazendo de seus dias. Há algum tempo tinha a impressão de que as noites davam lugar as manhãs sem que nada de realmente emocionante acontecesse neste intervalo. os dias tomavam acelerados o rumo das noites e seu contador mostrava que ela envelhecia sem o amor com que um dia sonhou. Em meio a isso tudo precisava se esforçar para não permitir que ninguém percebesse o vazio de sua vida. Agora preenchida com paredes manchadas de chuva.