terça-feira, 3 de maio de 2011

Manchas de chuva na parede e no coração

Andava meio distraída, com o olhar perdidos pelas paredes quase brancas de seu quarto. Talvez desejasse ler alguma resposta pra seus problemas ali naquelas manchas feitas pela última chuva de verão. Não encontrava nada. E era no nada que ia construindo seus dias, no nada era que se perdia, em amontoados de relógios, papéis e compromissos. Tudo isso era nada. O nada que se agigantava diante de tudo aquilo que realmente importava. Lucy não sabia o que vinha fazendo de seus dias. Há algum tempo tinha a impressão de que as noites davam lugar as manhãs sem que nada de realmente emocionante acontecesse neste intervalo. os dias tomavam acelerados o rumo das noites e seu contador mostrava que ela envelhecia sem o amor com que um dia sonhou. Em meio a isso tudo precisava se esforçar para não permitir que ninguém percebesse o vazio de sua vida. Agora preenchida com paredes manchadas de chuva.