sexta-feira, 24 de junho de 2011

Interrogações

 

Alguma vez você já se sentiu estranhamente sozinho?
Como se até mesmo suas principais convicçõoes tivessem te abandonado?
Como se, de repente, as circunstâncias tivessem feito com que você se tornasse uma outra pessoa, irreconhecível?
Alguma vez você teve que se perguntar se suas escolhas estavam corretas?
Algumas vez a tua solidão te fez se afastar das pessoas a quem você mais ama?
Quando foi a última vez em que, com lágrimas nos olhos, precisou recorrer à escrita para extravasar um pouco da dor que vai no seu peito, pois não havia ninguém a quem chamar?
Quando foi a última vez em que você olhou ao seu redor e reconheceu que nunca esteve mais sozinho, mesmo tendo tanta gente ao seu redor?
Alguma vez você já recorreu a oração como único tipo de conversa que você deseja ter?

Alguma vez você já quis se refugiar no passado distante, quando ainda podia entender alguma coisa do que se passava ao seu redor? Quando foi a última vez em que se sentiu seguro?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Raízes

O inesperado sempre a assustou.
Gostava das coisas conhecidas, já percebidas, seguras nas palmas de suas mãos.
Aquilo que era desconhecido sempre a assustou.
Lucy se esforçava para manter sua vida em ordem, era adepta de rotinas, não gostava sequer de mudar os móveis de lugar. Precisava sentir-se segura a todo momento.
Muitas vezes afastava-se de pessoas e evitava alguns tipos de programas para manter-se fiel a suas raízes, fincadas dentro de casa, retorcidas ao redor de si mesma.
Raízes profundas, que alguns poucos tinham tentando cortar, mas logo desistiram ao se deparar com a profundidade das mesmas.
Lucy fugia do inesperado. Fugia do obscuro. Detestava o que estava por vir...
Queria apegar-se a tudo aquilo que ainda lhe dava conforto.
A eterna  necessidade de segurança. Uma segurança que só seu cotidiano repetido e desbotado podia lhe dar...